TV de brigadeiro
A confeiteira Amanda Morais, de Pedregulho, estreia no Bake Off, do SBT, após vencer concursos com sabores típicos do interior
Marcela Chiarelo
Foto acima: Brigadeiro de pamonha venceu etapa regional do Feito em SP/Gastronomia (Foto: Acervo pessoal)
Especialistas afirmam que açúcar é fonte de energia. Justamente o que não falta em Amanda Morais, de 27 anos, de Pedregulho-SP. Neste sábado, 15 de agosto, ela estreou, junto com 15 concorrentes, a sexta temporada do programa Bake off Brasil, promovido pelo SBT. Um presente para a cidade onde mora, que completou 123 anos de fundação.
A maratona para entrada no programa começou em 2017. Após passar por uma seleção rigorosa e desgastante, chegando a enfrentar seis horas de estrada só para levar um bolo a São Paulo, ela conseguiu uma das 16 vagas entre mais de 30 mil candidatos. Segundo Amanda, não há aglomerações durante as gravações. Todos os envolvidos fazem exame de Covid-19 a cada encontro.
Mas se engana quem pensa que o destaque na gastronomia em rede nacional é de agora. Foi por meio dos brigadeiros que esta empresária, pedagoga, gastróloga, especializada em confeitaria, se descobriu referência na área.
No cardápio, sabores como pamonha, doce de leite, chocolate. Uma infinidade de brigadeiros criativos e suculentos. Mas foi com um que imita outro doce que ela participou do concurso O melhor brigadeiro do Brasil, na Rede Globo, no programa Mais Você, apresentado por Ana Maria Braga. Era novembro de 2018. O sabor? Quindim.
“A exposição do brigadeiro em rede nacional impulsionou não somente minha carreira, mas a minha coragem interior. Me ajudou de forma muito positiva nas vendas e no reconhecimento” afirma ela, que é formada em Gastronomia pela Universidade de Franca (Unifran).
Desde então, não parou mais. Estudiosa e curiosa, participou, em outubro de 2019, de um importante festival gastronômico do cenário nacional, o Feito em SP/Gastronomia. Para chegar até lá, concorreu com 40 candidatos de 23 municípios da região. Foi campeã regional, com um brigadeiro de sabor típico do interior: pamonha. Que foi só a entrada do menu.
Veio 2020, um ano que não seria nada doce. Mas, para Amanda, não podia ter começado melhor. Ela venceu o Que Seja Doce, na GNT.
Vibração na cozinha
Amanda cresceu vendo a mãe e a tia cozinharem. “De acordo com minha mãe, quando eu era bem novinha, vibrava ao ver as panelas. Aos nove anos, a cozinha se tornou a parte principal da casa. Primeiro, como brincadeira. Depois, como possibilidade de carreira. Chegou a fazer pedagogia, mas nunca deixou de produzir receitas deliciosas. Até que tomou coragem para seguir o coração. A gastronomia era uma paixão.
“Ainda há muito que alcançar. Para a mulher, é ainda mais difícil, pois os papéis de destaque, de grandes chefs, são alcançados, na maioria das vezes, por homens. A luta é maior do que parece. E estar disposta a encarar é o que muda para se alcançar os resultados. Acredito muito numa gastronomia que valoriza os ingredientes regionais e, nesse momento, ela está crescendo, mesmo a passos lentos”.
Nesse percurso, Amanda já realizou cursos com chefs renomados, como Flávio Frederico, Saiko, Ana Elisa Salinas… E espera alçar voos mais altos. Ou melhor, satisfazer paladares cada vez mais exigentes.